quarta-feira, 25 de maio de 2016

*ESTRADA


*Estrada

A curva não embargou meu olhar voo,
a mente  seguiu a imensidão da reta,
curvas são rios longos em escoo
perdem-se no infinito à porta aberta.



Cortam os rios, mares, ares, selvas,
Seguindo onde a terra aporta o fim.
Procura abrigo, no verdor das relvas
leva o caminheiro triste aos confins.

Um gole d’água, senhora, que sede!
Casa humilde oculta da cidade,
Caneca em barro é luxo de cristal,
Se o vento sopra anuncia vendaval.

A estrada continua sem recesso

A mente perpetua ida e regresso.

Sonia Nogueira

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