domingo, 29 de maio de 2016

*CHOVENDO EM PARIS



*Chovendo em Paris 

Vultos sombrios, silêncio e pressa
sob  pingos da lágrima natural
trafegam  em meio ao temporal
a vista cabisbaixa se dispersa.
a água, o afogado e rude coração
mistura-se na pequena calçada
fria, sem saber que a vida alada
confunde duas lágrimas na emoção.

Numa face, a sina, os afortunados
com ar bravio sorrindo venturas.
Noutra a descoberta, as amarguras
levando sonhos, pejos algemados.

Confundem-se Céu e terra acanhados.
Aos dois não decifram, dor e brados.

Sonia Nogueira

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